Da Ciência e da Arte*
Grilhetas são as sombras nas paredes das grutas
E os medos fundem no meu corpo os rochedos e o chão
Esquecido de voar
Tenho de inventar asas para descobrir o Sol
E desfraldar as velas dos caminhos não cumpridos
Aí aperceberei o som único da minha voz
Encruzilhada de encontros feitos da ciência dos dias e da arte dos homens
Estarão aí os cumes das montanhas
Ou mesmo só as verdes planícies iluminadas
Onde te encontre
Porque só disso se trata
Por fim
O encontrar-te
Depois a arte fluirá
Nesse espaço todo feito de magias e imponderáveis
Em fugaz ou efémera eternidade
E a ciência dos dias encontrará o homem
E tudo estará no sítio certo
Nesse mar desesperadamente azul e imenso
Intranquilamente constante
E esses seremos nós
E nunca se terá visto alguma vez um mar tão grande.
- Jorge Castro
01 de Maio de 2003
* Poema inédito de Jorge Castro, musicado por David Zink para o espectáculo do Ars Integrata Ensemble no Palácio Foz (domingo, 6 de Abril de 2008, pelas 16h - v. programa completo em ARS MUSICA (39): Ars Integrata Ensemble ao vivo no Palácio Foz )
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