Ad Præsente Deo*
Tudo parece agora inteiro e claro
Confiante e imutável
Cada olhar é legível e liberto
E em tua mão honesta a minha pousa
Partir-se de uma base quanto isso tranquiliza
Não mais equívocos A má fé repousa
Banida E a luz envolve as formas
E no entanto uma palavra
Às vezes um silêncio ou uma
Imperceptível indomável onda
Desorganiza Abala Instaura o caos
Partido este porém já outra vez de novo
Se pode degustar a paz quando ela volta
Já outra vez não-podre
Mas fresca depurada
E este ciclo de vida é a ti que devo.
in: Textos pretextuais / Júlia Lello. Odivelas: Europress, D.L. 1991
-
* Poema musicado por David Zink para o espectáculo do Ars Integrata Ensemble no Palácio Foz (domingo, 6 de Abril de 2008, pelas 16h - v. programa completo em ARS MUSICA (39): Ars Integrata Ensemble ao vivo no Palácio Foz )
Sem comentários:
Enviar um comentário