HOMENAGEM POÉTICA A ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA (1942-1982)
O trovador do vento que passa, evocado pelo poeta de O Canto e as Armas:
ADRIANO / por Manuel Alegre
Não era só o som a oitava
que ele queria sempre mais acima
nem sequer a palavra que nos dava
restituída ao tom de cada rima.
Era a tristeza dentro da alegria
era um fundo de festa na amargura
e a quase insuportável nostalgia
que trazia por dentro da ternura.
O corpo grande e a alma de menino
trazia no olhar aquele assombro
de quem quer caber e não cabia.
Os pés fora do berço e do destino
alguém o viu partir de viola ao ombro
Era Outubro em Avintes. E chovia.
Elucidário:
- "O que é estranho é como puderam esquecer o Adriano e a sua obra durante tantos anos?" (José Niza, compositor, in Jornal de Notícias)
- "Foi o primeiro que cantou versos proibidos. Penso que ele foi o mais corajoso de todos. Antes de qualquer outro cantou canções que punham claramente em causa o regime, que falavam de liberdade e do maior tabu de todos - a guerra colonial" (Manuel Alegre in Sic online)
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
e o vento nada me diz
...
(da Trova do vento que passa / poema de Manuel Alegre)
Ver poema completo e cifras dos acordes musicais in:
Mais informação, incluindo a discografia de Adriano Correia de Oliveira, e o programa da principal homenagem a assinalar os 25 anos em que o cantor se libertou das amarras do corpo, in: http://arsmusica2u.blogspot.com/
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