Minha pátria, minha
língua / Rui Zink
Com a devida vénia e autorização do autor, republicamos aqui
um poema de Rui Zink, tal como foi publicado no JL – Jornal de Letras, Artes e
Ideias, em 2012-03-21
In: JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias
«Pedimos uma declaração de amor à Língua Portuguesa, para
assinalar os 32 anos de JL. Rui Zink escreveu um poema»:
Minha pátria, minha língua
Linha pátria, minha míngua
Juro-te, se fores minha gramática
Eu serei tua sintaxe.
É que, em ti, gosto de tudo
Dos sons, dos ecos, da surdez
Até das tuas rimas fáceis
Em extâse, em extâse.
Certo, nem sempre nos entendemos
Desgosto quando dizes atempadamente
E tu enxofras com os meus isso é suposto.
Mas não tem mal
Um dia, num presente distante
Voaremos juntos a uma ilha deserta
Lá cantarás só para mim
E eu, enfim (prometo que sim)
Calar-me-ei de vez
Só para ti.
Seremos não mais uma língua
e seu falante
Tão só uma palavra (uma palavra simples)
e o seu não menos discreto
amante
publicado no «JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias» em
2012-03-21. – Cf.: http://visao.sapo.pt/poema-inedito-de-rui-zink=f654016
1 comentário:
Mas que bem soa, que abençoa!
Vou dizê-lo na nossa próxima sessão das Noites... e mainada!
Abraços.
JC
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