O poeta espanhol Pedro Sevylla de Juana, quis partilhar com os leitores de Ars Poetica 2U um actualissimo poema-reflexão para a presente quadra natalíca. Aqui fica com a devida vénia e público louvor pelo cultivo de valores humanistas, de que a actual sociedade está particularmente carente.
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", apontou sabiamente Camões no seu canto, mas convém não esquecer que também é preciso que as vontades ajudem a mudar os tempos. E eis como a poesia em contra-corrente se ergue como um farol de esperança susceptível de negar o triunfo da morte do amor (sim, é aí que nos conduz o individualismo).
O homem e a fome
Fome,
fome,
fome;
duas sílabas tão só
e rompem o fluir do homem.
Agente ou paciente
aprofundam a cisão do homem
apagam os caminhos do homem
dessangram o coração do homem
anulam, revogam,
invalidam, desautorizam,
negam o homem.
Pedro Sevylla de Juana
http://www.sevylla.com/
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