ARS POETICA 2U releva do conceito de que a alquimia das palavras é parte essencial da vida, sendo esta considerada como arte total.
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Por isso é também 2U (leia-se, "to you", i.e. a arte da poesia para si).
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POEMARIUM : recipientis poeticus

POEMARIUM : recipientis poeticus

sábado, 20 de junho de 2009

ARS POETICA (66): Francisco José Lampreia em coabitação poética

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Introdução e coabitação


apresentada com o pedido e a observação abalizada dum psiquiatra que por acaso também é poeta



Assunto – Apresentação pública do poema




Pedido – Faça da sua vida um poema,
e se não o conseguir, pela sua saúde faça um poema

Fazer da vida um poema?
Quem? Eu?
Pede-me que eu toque como se fosse uma orquestra?
Eu nem sei sequer se conseguirei
Fazer um poema pela minha saúde.
Nos meus tempos de juventude,
Recordo-me dumas aulas de medicina legal,
Dadas num Instituto superlotado,
Onde o único presente estático e calado
Já jazia rotulado e frio.
Assim tendo sido, confesso que pouco aprendi com mortos
E mais ainda, desaprendi com os vivos.
Mas sem desejar fugir ao desafio,
Baseando-me na minha empírica experiência
Adquirida durante esta minha precária existência,
Irei falar-vos de algo desejado, simples e natural,
Que faz bem à saúde de qualquer mortal
E que se chama equilíbrio emocional.

(Dizer em seguida: - A seguir à introdução vem a coabitação)



Observação – Se após ter lido a introdução tiver notado que alguém na sala esboçou algum sorriso mais brejeiro, quando disse que a seguir à introdução vinha a coabitação, não deve ter medo. Procure proceder como um nobre Jarreteiro que grita – Eia, Eia, espada de São Jorge, para que vos quero e para que vos quis?
E erguendo a sua espada, como a um fueiro, desfira um golpe com força contra a sua timidez, tipo descasca-pessegueiro e corte logo o mal pela raiz.
E quando na sala reinar aquela quietude necessária e sagrada, apresse-se a soltar uma gargalhada e sem mais, apresente o seu poema.



Ah, Ah, Ah, Ah, Ah, Ah!
Poema:
Coabitação



Um dia percebi que a mágoa e a alegria faziam parte de mim.
Por isso,
Uma vez que a convivência entre nós, longa se previa,
Pedi a ambas respeito e harmonia.
E também pedi,
Que as respectivas participações na minha vida
Fossem sempre dadas com conta, com peso e com medida.
Poucas vezes estes meus pedidos foram respeitados.
A mágoa, sempre quis lutar contra a alegria
E essa atitude, e a sua força desmedida,
Faziam sofrer meu coração,
Sem conta, sem peso e sem medida.
Agora, quando eu pressinto,
Que algo de mal pode acontecer,
Apresso-me a ter uma conversa com ambas,
E peço-lhes compreensão e peço-lhes entendimento,
Pois a vida deu-me a aprender que tenho de saber conviver
Com a alegria e com o sofrimento.
E a vida também me ensinou que a alegria é muito frágil,
Assim como se fosse, um bebé pequenino.
Por isso, quando sinto a alegria chegar,
Trato-a sempre com muito carinho
E fecho bem a porta da casa,
Para que o sofrimento não se tente e não entre,
Como ele gosta sempre de fazer:
Entrar, sem se anunciar, assim de repente.
Eu acho que o sofrimento é mesmo uma doença,
É uma doença que corrói, corrói
E que se espalha por toda a parte,
Até se transformar numa pandemia
A que qualquer pessoa fica atreita.
Eu temo sempre que essa maleita
Consiga entrar na minha casa, que discuta com a alegria
E que essa discussão se torne fatal.
Se a mágoa conseguir matar minha alegria,
Vai ser muito triste o funeral.


Francisco José Lampreia

sábado, 6 de junho de 2009

ARS POETICA (65): CHEWING GUM LOVE - a poem dated of present days

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Chewing gum love (2009) / David Zink



CHEWING GUM LOVE


Chewing gum, Chewing gum*
Mastiga e deita fora
Mastiga e deita fora

Ego centrum, Ego centrum
Vamos numa “rapidinha”, já está!
Ciao bambina, Ciao bambino

Chewing gum, Chewing gum
Mastiga e deita fora
Mastiga e deita fora

Chacun por soi, Chacun por soi
É o liberalismo, pá!
Laissez faire, laissez passer

Chewing gum, Chewing gum
Mastiga e deita fora
Mastiga e deita fora

Chewing gum, Chewing gum
O amor é como os autobuses
Perde-se um, apanha-se outro

Chewing gum, Chewing gum
Mastiga e deita fora
Mastiga e deita fora

Chewing gum, Chewing gum
Sopra, sopra, enche
PUM!!!


David Zink /2009


* De preferência, a interpretação em público deve ser efectuada a 3 vozes: uma para a leitura/declamação; outra para mascar pastilha elástica e fazer “balões” durante a duração da leitura; e a terceira para fazer coro no Refrão, o qual é para ser dito ou cantado em ritmo de swing, pautado com estalidos de dedos dos 3 elementos, precedido da expressão imperativa “Let’s”, com melodia inspirada na canção “Spoonful” do bluesman Willie Dixon - “(Let’s) Chewing gum, (Let’s) Chewing gum
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Da Ciência e da Arte / Jorge Castro (poema) & David Zink (música)

Acerca da essencial e discreta diferença / Júlia Lello (poema) & David Zink (música)

Canção de embalar / Jorge Castro (poema) & David Zink (música)

Falas de amor / Jorge Castro (poema) & David Zink (música)